sábado, 24 de setembro de 2011

TESTOSTERONA - O HORMÔNIO DA JUVENTUDE

O médico e escritor Moacyr Scliar escreveu, certa vez, que "homens são testosterona"É graças à testosterona que na puberdade os pêlos crescem, a voz engrossa e os órgãos sexuais amadurecem. Aos 20 anos, a produção do hormônio atinge seu ápice e a libido aflora. Seus níveis tendem a se manter estáveis até por volta dos 30 anos, quando, então, começam a cair. A queda é lenta e gradual – em média, 1% ao ano –, num processo que ganhou o nome de andropausa.
Todos esses percalços foram constatados por um estudo patrocinado pelo laboratório Schering do Brasil e coordenado pela psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade (Prosex), do Hospital das Clínicas de São Paulo. Como se vê, o homem é mesmo a sua testosterona.

Uma revisão dos principais trabalhos envolvendo testosterona e câncer de próstata, feita neste ano, revelou que somente 22 casos de câncer de próstata foram observados entre 2.283 homens tratados com reposição de testosterona. É uma incidência menor do que 1% – o mesmo da população em geral. Uma outra análise retrospectiva de 72 estudos, feita pelos pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston, e publicada no The New England Journal of Medicine, não encontrou uma relação de causa e efeito entre a administração de doses extras do hormônio e tumores malignos na próstata.

Aos poucos, a ciência começa a derrubar outro mito: o de que a suplementação à base de testosterona é fator de risco para doenças cardiovasculares. Essa crença era baseada no fato de que os homens morrem mais do coração do que as mulheres. Como eles têm muito mais testosterona do que elas, imediatamente fez-se a associação: o hormônio da virilidade pode matar por infarto e derrame. "O que os trabalhos mais recentes mostram é justamente o contrário. A testosterona protege contra os distúrbios cardiovasculares", diz o cardiologista Antônio Augusto Silveira Júnior, de Curitiba. Ainda não se desvendaram os mecanismos dessa proteção. A hipótese mais aceita é a de que a substância reduz a inflamação das artérias. Alguns estudos sugerem ainda que a terapia de reposição hormonal masculina aumentaria a sensibilidade à insulina e diminuiria o risco de aparecimento de diabetes.

A conclusão até o momento, portanto, é que a testosterona extra, desde que com indicação médica, faz mais bem do que mal. Ela não só melhora a qualidade de vida dos homens, como reduz a incidência de doenças e, conseqüentemente, a mortalidade masculina. "Um dos principais objetivos da reposição é diminuir, enfim, a última grande diferença entre os sexos: a longevidade", afirma a endocrinologista Anna Maria Martits, especialista no assunto. Os homens brasileiros vivem 7,6 anos menos do que as mulheres. "Tudo indica que o hormônio extra propicia que se viva mais e melhor", diz Carmita Abdo.



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